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Tubarão “Galha-Preta” de 3,6 metros é encontrado em rede no litoral norte de Prado

O professor Claudionor Oliva mostra o tamanho do tubarão que caiu na sua rede, encontrado morto.

Um tubarão de grande porte, macho da espécie Galha-Preta foi encontrado morto por pescadores em uma praia da região da Foz do Rio Cahy, na costa norte do balneário de Cumuruxatiba, no litoral norte do município de Prado. O professor Claudionor Dantas de Oliva, radicado na região da Praia da Barra do Cahy e que nas horas vagas é amante da pesca, teria se deparado com o tubarão de 3,6 metros, em sua rede de arrasto. Os pescadores notaram que ele estava ferido e que havia perdido uma das caudas e terminado preso a uma rede de pesca.

O professor Claudionor Oliva pediu ajuda ao amigo e gerente de fazenda Gileno Soares de Jesus, que com um Trator e com a ajuda do filho João Paulo e amigos, conseguiram arrastar o Tubarão até a foz do Riacho dos Mangueis, adjacente da Foz do Rio Cahy, local de grande valor histórico, onde se deu o primeiro contato dos portugueses com os indígenas ao cair da tarde de quarta-feira do dia 22 de abril de 1500, então território de Porto Seguro pelos próximos quatro séculos, hoje pertencente a área territorial de Prado.

Gileno Soares utilizou um trator para transportar o Tubarão.

O professor Claudionor Oliva, conta que não é comum esse tipo de animal na região de Cumuruxatiba e Corumbau, especialmente porque trata-se de região com muitos arrecifes de corais, mas talvez a lesão adquirida lhe fez se perder nas águas e aproximar demais da costa e se embaraçar na rede, considerando que ele poderia está muito debilitado, tenha lhe ocasionado a morte ou talvez ele tenha chegado à rede já morto.

A bióloga Carina dos Santos Borborema, da rede municipal de ensino de Prado, disse que a espécie “galha-preta” encontrada na rede de arrasto, vive em águas temperadas tropicais e se alimenta de pequenas criaturas filtradas na água, como Tainhas e Carapebas, peixes típicos das águas mornas dos recifes de corais Carapebas, Tauá e Mato Grosso, situados entre o mar de Cumuruxatiba e Corumbau. Ela ressaltou que essa não é a primeira vez que a espécie aparece na região. Contudo, nunca houve registros de ataques em águas pradenses.

A esposa de Gileno, Maggita Soares mostra a estrutura da boca ampla do animal, equipada com 50 linhas de dentição.

Explica ainda que a espécie costuma viver no fundo do mar e não se movimenta muito, como o Tubarão Lixo, um dos mais comuns da costa brasileira. Isso pode ser explicado por seu corpo mais flácido, com pouca calcificação e cauda assimétrica. O tubarão Galha-Preta também é conhecido pelo tamanho, que pode chegar até 5,5 metros, e a boca ampla, equipada com 50 linhas de dentição. Ainda de acordo com a bióloga e educadora Carina Borborema, a espécie galha-preta não apresenta agressividade dentro da água, mas é preciso tomar alguns cuidados caso alguém encontre o tubarão vivo na areia ou nas margens dos recifes de corais.

O jovem João Paulo ajudou o pai no resgate e transporte do animal.

Segundo ela, é difícil identificar se o animal está vivo ou morto. “É uma espécie tranquila, costuma viver em cardumes, mas em função do estresse de ter encalhado, pode acabar sendo agressivo. Os olhos fixos dificultam na hora de identificar se ele está vivo ou morto. O recomendado é ligar para a Secretaria de Meio Ambiente ou procurar por algum pescador experiente que consiga levá-lo de volta para a água. Mas, se o tubarão estiver morto, não tem o que fazer. A pessoa que encontrar pode enterrar para evitar o mau cheiro”, orientou a bióloga Carina Borborema.

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