Rochas despencam de pães de açúcar provocando estragos e bloqueio de um córrego em Guaratinga
Por Fabiene Rodrigues Sobrinho
As rochas que desmoronaram de uma montanha que forma um dos conjuntos dos pães de açúcar do município de Guaratinga terminaram afetando o curso d’água do principal rio que corta o povoado de São João do Sul. O deslizamento ocorreu no último dia 21 de junho de 2020 e no local cerca de sete hectares de terra que foram invadidas pelas rochas destruindo plantações e árvores das florestas, acabou interditando o curso do córrego do ouro.
A avalanche bloqueou o curso do córrego e deu origem a uma represa que 15 dias depois do ocorrido, inundou quase dez hectares de terra, deixando plantações de cacau e bananas destruídas, tanto pelo deslizamento das rochas quanto pela água represada. As rochas despencaram de uma montanha de pedras com cerca de 400 metros de altura. Conforme o engenheiro civil Luiz Edmundo Campos, o deslizamento pode ter ocorrido motivado pelas fortes chuvas que antecederam o horário do incidente, podendo ter ocorrido infiltração de água na fissura da rocha.
Na mesma região do povoado de São João do Sul, no município de Guaratinga, já foram registrados outros dois deslizamentos de rochas nos últimos dois anos. O primeiro aconteceu em maio de 2018, quando uma rocha com cerca de 50 toneladas despencou de um paredão e destruiu parte da plantação de uma propriedade rural. O último registro havia acontecido em fevereiro de 2019, numa outra montanha de pedras na mesma região do córrego do Ouro, na zona rural de Guaratinga.
Uma semana antes do fenômeno natural em fevereiro de 2019, à cidade de Guaratinga registrou tremores de terra de 2,5 graus na escala Richter. A Defesa Civil de Guaratinga ao vistoriar a região recomendou que os moradores se afastem do raio de abrangência dos pães de açúcar. Mas os produtores rurais da região pedem o apoio da Prefeitura Municipal para que o curso do rio seja desbloqueado. Conforme os geólogos que já estudaram as rochas dos pães de açúcar da região, identificaram que todas elas estão com muitas fissuras e a tendência é que novos pedaços venham desprender das alturas.