Produtor Maurício Mattos lidera a partir de Itamaraju mobilização nacional pelo Cacau Transgênico no Brasil

A queda do império cacaueiro no Brasil, especialmente no sul e no extremo sul da Bahia com o advento da vassoura-de-bruxa, praga considerada uma das mais sérias doenças para a economia dos países produtores de cacau, que na Bahia foi capaz de reduzir drasticamente a produção dos cacauais, quando a crise levou muita gente a falência, ao endividamento, ao desemprego e transformou a mais das povoadas fazendas em conjuntos pelourinhos abandonados na zona rural. Cortou-se mais de duzentos mil empregos diretos na região, dizimou cidades inteiras, reduziu em mais de cinquenta por cento o PIB de várias cidades e afetou mais de dois milhões de habitantes, sem que nada de concreto de fato tenha sido feito para restabelecer a produção. E a indústria vem se beneficiando de incentivos para importar o produto, reduzindo ainda mais os preços do cacau no mercado interno.
Muitos produtores de cacau tiveram que se reinventar no mercado rural para continuarem sobrevivendo da lavoura e dando um Adeus ao cacau. Em Itamaraju, um dos municípios rurais mais importantes do estado da Bahia, o cacauicultor Maurício Mattos, filho de uma das famílias tradicionais da cidade e que também é geografo, engenheiro de segurança do trabalho e engenheiro mecânico, cansado de sofrer prejuízos, ao invés de também desistir do cacau, ele foi buscar a solução de reativar a lavoura cacaueira, não somente em Itamaraju, mas para toda a Bahia e o Brasil. Maurício Mattos foi buscar na Universidade da Pensilvânia, uma das mais conceituadas instituições de ensino do mundo, existente desde 1765 na cidade da Filadélfia, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, a solução da lavoura cacaueira no Brasil.
Numa entrevista concedida a Rádio Educadora 104,9 FM de Itamaraju, Maurício Mattos disse que o desafio agora é mobilizar o país e estabelecer com o Governo Federal políticas essenciais e emergenciais na busca do cacau transgênico, único modelo capaz de revolucionar a lavoura do cacau, a única cultura que mais protege as matas brasileiras. Segundo Maurício Mattos, já se produz Cacau Transgênico no Congo e na Malásia, países que fizeram o convênio com a Universidade da Pensilvânia e já plantam esse Cacau, cuja transgenia tem garantido a sua produção e aumentado quantidades muito superiores ao que já era produzido no auge da lavoura, retornando milhares de empregos naqueles países.
“O fato é que os transgênicos estão cada vez mais presentes em nossas vidas. A agência da ONU – Organização das Nações Unidas para Alimentos e Segurança Alimentar na Agricultura (FAO, da sigla em inglês – Food and Agriculture Organization) estima que aproximados 150 milhões de hectares no mundo são plantados com cultivares geneticamente modificados. Grande parte deste total é dedicado a plantações de soja, milho, canola (usado em forragem/ração) e algodão nas Américas e de algodão na Ásia e África. Os maiores produtores são Estados Unidos, Brasil, Argentina, Canadá, Índia e China, razão pela qual, defendemos o mesmo modelo para o cacau”, destaca Maurício Mattos.
Segundo ele, a mobilização é para que o governo dê uma atenção especial ao sul da Bahia, uma das regiões cacaueiras mais importantes do planeta, estabelecendo o tão sonhado convênio com a Universidade da Pensilvânia para que o Cacau Transgênico seja uma realidade e volte aquecer economicamente as cidades, para que muitas pessoas retornem os seus municípios de origem, com isso melhorará o comércio, serviços, enfim uma revolução nessas cidades pelo fortalecimento da sua própria economia, melhorando consequentemente o emprego, o nível de renda além de aumentar os impostos e qualidade de vida de todos, com o emprego dentro das suas próprias cidades. “Necessariamente não é preciso esperar 10 anos para o Brasil promover a sua pesquisa cientifica própria, conforme vem declarando a Ceplac, se a Universidade da Pensilvânia já tem esse estudo disponível ao mundo, nos restando apenas um convênio por parte do Governo para que o Brasil absorva este projeto”, contrapõe Maurício.
O cacauicultor e engenheiro Maurício Mattos lembra que o Brasil já é o segundo maior produtor de transgênicos do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. “Aproximadamente 90% de toda a soja cultivada em nossas terras é geneticamente modificada. A principal vantagem para a utilização de sementes geneticamente modificadas, segundo apontado por organizações internacionais como a ONU, é o aumento da produtividade. Mais resistentes a pragas e também aos agrotóxicos, as culturas transgênicas podem ser colhidas mais rapidamente e com menos perda, o que resultaria no ganho para o agricultor e, também, na diminuição dos preços dos alimentos – um fator importante no combate à fome. A modificação genética possibilita ainda a geração de alimentos enriquecidos, com maior quantidade de vitaminas, por exemplo, do que suas versões não modificadas. Com menos agrotóxicos, os transgênicos apresentariam características mais benéficas ao consumo humano, com alterações previstas de maneira mais controlada”, defende Maurício.