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Perfuração de poço muda realidade dos pequenos produtores de uma comunidade rural de Teixeira de Freitas

O motivo foi de festa a chegada da água na povoação dos Nasceu, uma comunidade rural de raízes quilombola adjacente do distrito de Duque de Caxias, no município de Teixeira de Freitas, que já alguns anos vinha sofrendo com a falta d’água desde que os dois córregos da região secaram e os seus moradores estavam sendo obrigados a percorrer cerca de 10 quilômetros para buscar água em um chafariz para consumo humano e para os animais beberem.

A perfuração do poço artesiano na comunidade dos Nasceu muda a realidade dos pequenos agricultores e de todas as 15 famílias da região, porque eram pessoas que diariamente percorriam longas distâncias em busca da água para manter atividades básicas de subsistência e agora passam a contar com água limpa e de boa qualidade. Além de melhorar a qualidade de vida, a chegada do poço artesiano representa a perspectiva de mais investimentos e o fim de um período sombrio de dificuldades.

Conforme o vereador licenciado e chefe municipal de gabinete Agnaldo Teixeira Barbosa, o “Agnaldo da Saúde”, para que o poço desce água de qualidade foi preciso ter acesso a aquíferos para retirada de água subterrânea, que consistiu na perfuração, revestimento, filtro, pré-filtro, motobomba e vedação. “Quando atingimos o lençol de água, nos sensibilizamos com a reação dos moradores. Nas pequenas comunidades rurais a mulher é quem mais sofre no contexto do lar. Para nós que estamos no campo vivendo o dia a dia dessas mães de família é sempre uma grande emoção”, disse o chefe de gabinete, destacando ainda que para conclusão da obra que levará a infraestrutura de instalação das caixas d’águas e rede subterrânea, a Prefeitura Municipal fica encarregada pelas edificações e operacionalização do poço.

O secretário Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o engenheiro e produtor rural Dorivaldo de Almeida Neves, o “Dori”, que acompanhou de perto a perfuração, também comemora junto com a comunidade dos Nasceu, a abrangência da água no campo. “Com as minas secas pela falta de chuva, muitos tentam instalar poços e cacimbas. Mas, a falta de garantia de alcançar a quantidade necessária de água e o risco de poluição inviabilizam a perfuração. A busca pela água se tornou uma rotina exaustiva para essas famílias, cuja sobrevivência depende da agricultura familiar e da criação de pequenos rebanhos. Mas o município trabalhou de forma comprometida neste projeto e trouxemos o tão sonhado líquido para os Nasceu, a partir de um poço artesiano como uma alternativa viável e de longo alcance, tanto na melhoria da qualidade de vida como na garantia de produção desses pequenos agricultores”, ressaltou o secretário Dori.

Os relatos também estampam a dificuldade que era vivida pela população dos Nasceu com a falta de água. “Não havia água para banho e alimentação. Faltava até para cozinhar. As crianças sofriam, as criações não tinham onde beber água. Todas as famílias padeciam. Hoje, graças a todos que nos ajudaram, o poço foi feito para suprir nossas necessidades. A gente ficava rezando para Deus nos mandar chuva para correr água no leito do antigo córrego e a gente fazer reservatório. Agora, temos um poço jorrando água com toda força. No momento que deu água eu escutei a explosão lá de casa. Fiquei muito feliz. Água é tudo. Não tem como viver sem água”, disse a dona Otelina Nascimento, que vive na comunidade há 40 anos.

Após se ver com sérias dificuldades por falta d’água e vendo a renda das atividades da pequena propriedade se perdendo, além da dificuldade de manter os animais e o cultivo das roças que tinha como um desafio diário e, quando enxergou a água saindo do poço recém-aberto, Maria Aparecida Nascimento emocionou vizinhos e os técnicos da perfuração. “Eu vi a água subindo e chorei porque foi um milagre. “Agradeci muito a Deus e todos que trouxeram essa água. Não é fácil ficar sem esse bem mais precioso que é a água. A gente sem água não é nada. Agradeço muito a Deus”, disse a pequena agricultora.

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