2000

(ISBN 978-85-464-0234-2)


Publicado pela primeira vez no ano 2000 “O Capoeirista das Palavras” venceu o Prêmio Sangue Bom de Literatura Bahia em Salvador; Visão Mundial de Literatura em Assunção; Medalha Luís Vaz de Camões em Lisboa; Prêmio “Fomento Cultural” da Sociedade de Cultura Latina do Brasil em Vila Velha; Prêmio “Berimbau de Ouro Bahia; e rendeu seu autor a Comenda Benfeitor Cultural da Humanidade no Rio de Janeiro.

O Capoeirista das Palavras

O livro “O Capoeirista das Palavras” lançado pela primeira vez no ano 2000 e republicado em 2016, é uma dança das letras no vento do terreiro em um corpo arrepiado sob o berimbau na magia e no sorriso dos versos. Neste “O Capoeirista das Palavras”, Athylla Borborema se utiliza do cordel (qualquer semelhança com cordão ou barbante não é mera coincidência) para falar da capoeira, tema que nos é muito caro e, no caso dos negros, constitui uma questão de vida e morte.

Além da capoeira – expressão maior da resistência negra no Brasil, com seus trejeitos, seres e estares no mundo, histórias e nomes –, o autor nos brinda também com alguns poemas engajados, porque a luta continua, viver é preciso e a palavra de ordem ainda é resistir. Claro que, na condição de trovador desses tempos atuais, bicudos e cabeludos, o autor prioriza o plano de conteúdo em detrimento do plano de expressão, porque a vida é luta renhida, que aos fracos abate, e aos fortes, só faz exaltar – como bem cantou Gonçalves Dias na “Canção do Tamoio”.

Depois, o que vale uma redondilha maior (menor que seja, coitadinha!) diante da sede de liberdade, da fome de justiça e da incontinência verbal ante o branco do papel? Com ginga, Athylla Borborema nos atira no meio do jogo da capoeira. Com ritmo, nos convida para a dança que reúne, a um só tempo, suor, fúria e memória. Quem somos nós para resistir ao convite do capoeirista das palavras?

Quem somos nós para resistir a “Paranauê”, “Capoeira todo mundo vê”, “A luta do crioulo”, “A arte da capoeira”, “Emoção do berimbau”, “Capoeira e tradição” e “Mestres dos mestres”? Nesses textos, o capoeirista das palavras nos conduz (informa e emociona) pelo mundo mágico da arte da capoeira.

Com habilidade, ele nos remete às origens da capoeira (sua história, mestres e estilos), que é luta, dança e filosofia de vida. “O Capoeirista das Palavras”, portanto, se revela um tributo à grande arte da capoeira e se apresenta fascinante graças à magia, inspiração e plástica próprias da arte que teve em Bimba um mestre e um intérprete à altura.

O livro ainda traz, ao final, uma série de textos marcados pela crítica social. Isso comprova, mais uma vez, nossa constatação sobre a predominância do fundo sobre a forma. Nesse caso – por que não? – nos bastam as formas impressas nos ares por Athylla Borborema. Uma última dica: leiam “O Circo, o Menino e o Prefeito”. E tirem suas conclusões. Ou voltem a ser crianças.

“O Capoeirista das Palavras” foi publicado pela primeira no ano 2000 e pela segunda vez em 2016 e venceu o prêmio Sangue Bom de Literatura Bahia em Salvador. O Visão Mundial de Literatura em Assunção, no Paraguai. Medalha Luís Vaz de Camões 2016, da Editora Portuguesa Mágico de Oz, Associação de Poetas de Portugal, Associação Internacional de Escritores e Artistas, Ministério da Cultura do Brasil e Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro. Prêmio “Fomento Cultural” da Sociedade de Cultura Latina do Brasil em Vila Velha-ES. Prêmio “Berimbau de Ouro” pelo conjunto da obra conferido pelo Projeto Baiano Me Ensina a Gingar. E Comenda Benfeitor Cultural da Humanidade, conferida pela Ordem dos Benfeitores Culturais da Humanidade e Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes – Rio de Janeiro.