2022

ISBN 978-65-84547-80-3


O livro “1500 – O Brasil a partir da Foz do Rio Cahy” é a Certidão de Nascimento do Brasil sem economia de registros e interpretações numa estimulante história que levou os portugueses a se aventurarem pelo mar, nas terras tropicais da Bahia, em busca de um Porto Seguro. O livro lançado de 02 a 10 de julho de 2022, na 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, nasceu também para celebrar os 100 anos da 1ª Semana de Arte Moderna de São Paulo (1922) e os 200 anos da Independência do Brasil (1822). Por muito tempo, nossa História foi contada sob a economia de nomes, datas, alcances e locais. Não havia muito interesse em impugnar ou em questionar, por exemplo, a inteligência do acaso que fez subitamente a esquadra lusitana cair em nossas terras tropicais. Só que os tempos mudaram e as formas de contar a História também. Athylla Borborema é o primeiro escritor brasileiro a narrar a biografia do descobrimento do Brasil sem omissão de denominações, datas, locais e medidas geográficas. A partir deste momento, você é um convidado especial para – a bordo da esquadra de Pedro Álvares Cabral – conhecer cada etapa decisiva que levou os portugueses a chegarem à Foz do Rio Cahy.

1500 – O Brasil a partir da Foz do Rio Cahy

Este livro resgata a história do descobrimento do Brasil com fascínio, aventura e pesquisa. Num texto cronológico e comovente, repleto de casos pitorescos, onde o jornalista Athylla Borborema apresenta a história sob um novo ângulo e faz o leitor enxergar as etapas daquela aventura lusa, até a chegada dos portugueses à Foz do Rio Cahy, passando pelas missões promovidas por eles em Porto Seguro e em Coroa Vermelha. Esta obra, que pretende ser relevante para os brasileiros no resgate da historiografia do país, celebra o grande valor histórico da região litorânea do extremo sul da Bahia, onde se deu o primeiro contato da tripulação de Pedro Álvares Cabral com os indígenas brasileiros ao cair da tarde daquela quarta-feira do dia 22 de abril de 1500.

Há mais de 5 séculos Portugal descobriu e se apossou do Brasil a partir de Porto Seguro. Agora o tempo é nosso também para ancorarmos nestas terras férteis de belas praias e descobrirmos tudo aquilo que os livros de história não aspiraram ou não facultaram contar com precisão. Athylla Borborema que ocupa a lista das obras mais recomendadas da literatura nacional com mais de 30 livros publicados, todos campeões de vendas e premiados no mundo inteiro, agora, apresenta ao leitor “1500 – O Brasil a partir da Foz do Rio Cahy” – uma obra inspirada na carta de Pero Vaz de Caminha, comentada e rica de revelações inéditas sobre o nascimento do Brasil como nação.

O livro “1500” é uma obra interpretativa e comemorativa que o leitor, ao ler, vai se sentir como se estivesse presente no momento em que nascia uma nova nação chamada Brasil. Este livro é um “tratado histórico comentado” baseado na carta de Pero Vaz de Caminha, documento testemunho principal da criação da nação brasileira. A carta é considerada o primeiro texto com princípio literário e com a preocupação básica de informar no mais minucioso e importante apontamento relacionado à viagem da esquadra de Cabral ao Brasil.

O valor histórico e literário da Carta de Caminha sobre nossas origens é o topo do tema deste livro. A carta de Pero Vaz de Caminha é a certidão de nascimento do Brasil que passamos a comentar sem economia de informações, datas, locais, medidas geográficas, ações cronológicas, registros e interpretações numa instigante e decisiva história que levaram os portugueses a surgirem pelo mar como nação nas terras tropicais da Bahia em busca de um Porto Seguro. Pela visão de estudo do autor, que durou 22 anos dedicados a este trabalho e pelo seu fascínio desde criança pela história do nascimento do Brasil, você fará uma viagem de mais de quinhentos anos ao passado e retornará exatamente ao grande momento histórico em que Pedro Álvares Cabral aportava ao Brasil com sua frota naquela tarde de quarta-feira do dia 22 de abril de 1500.

A viagem será conduzida por ninguém menos que Pero Vaz de Caminha, aquele que foi escolhido pelo rei de Portugal, Dom Manuel, para ser os seus olhos e que nos relatará com todos os detalhes e nuances o que ocorreu nos dez dias em que os descobridores permaneceram no litoral brasileiro, onde hoje é a costa do descobrimento do Brasil, em território baiano. A carta de Pero Vaz de Caminha é simplesmente o primeiro documento escrito sobre o Brasil, mas muito mais que um importantíssimo documento histórico sobre nossas origens, ela retrata com todo o talento de seu autor a grandiosidade e beleza da nova terra e seus habitantes, tornando-se também uma obra literária de qualidade e leitura agradabilíssima.

Sob o texto de Pero Vaz de Caminha retrataremos os momentos importantes descritos por Caminha, bem como a contextualização da carta no momento histórico do descobrimento. A palavra escrita se projetaria na vida para reescrever a Carta de Pero Vaz de Caminha. Os primeiros atos imperialistas contra os indígenas colocam num jogo aquelas raízes, aqueles sentimentos e caracteres gerais que a Carta de Caminha revelava e que nos primeiros anos paradisíacos já se alargavam para um primeiro plano de clara comunicação entre aborígines e conquistadores. A nova língua portuguesa, agora gerada, se volta naturalmente para os valores que por séculos permaneceram sufocados no diálogo violento entre o português colonizador e a nova terra. A partir de 1922, com a “1ª Semana de Arte Moderna de São Paulo”, o país se vê incomodado por uma ação modernista que, sem qualquer piedade, luta pela transformação da vida nacional.

A luta se faz a partir de um limitado campo literário, passando por setor artístico geral, para atingir o plano universal na realidade sociopolítica do Brasil. Quando o Modernismo começa a sua campanha ativa em 1922, o faz tendo como metas uma nova cultura brasileira e uma diversa realidade sociopolítica e cultural para o país. Para consegui-las creem na necessidade sociocultural brasileira através daqueles valores já encontrados na Carta de Pero Vaz de Caminha e esquecidos pela expressão reacionária da vigente cultura retrógada em todos os setores da sociedade brasileira. O trabalho do movimento será aquele de criar um nome para cada um daqueles valores; nomear as raízes, os sentimentos, os caracteres sufocados, o trabalho de criação de uma expressão moderna. De uma língua. Depois, através da língua criada, viria a proclamação da verdadeira e revolucionária realidade brasileira, o nascimento da 1ª “Semana de Arte Moderna de São Paulo” entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922.

O conceito inicial de brasilidade, definido com a independência política a partir de 1822, se ampliará no sentido de nacionalidade, então ainda algo mutável. O sentido romântico de nacionalidade amadurecerá com a nova consciência realista da literatura brasileira da segunda parte do século XIX. Tem quem diga que o Brasil antes de 1822 não era Brasil – era uma América Portuguesa. A Independência do Brasil acontece no dia 7 de setembro de 1822, quando o país conquistou a sua emancipação de Portugal. Nesse dia aconteceu o grito da independência, realizado às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, expressado em alto e bom som por Pedro de Alcântara Francisco Serafim de Bragança, o “Dom Pedro I”. A independência do Brasil em 1822 não foi pacífica. Depois que a sua notícia se espalhou, uma série de regiões rebelaram-se contra o movimento e permaneceram leais aos portugueses.

Esses movimentos de resistência à independência deram-se no Pará, Maranhão, Piauí, Bahia e Cisplatina (atual país do Uruguai). Devido à eficaz resistência organizada pelos defensores da independência e o apoio das tropas lideradas pelo militar britânico Thomas Cochrane, o “Marquês do Maranhão”, as tropas fiéis a Portugal acabaram sendo derrotadas em 2 de julho de 1823. O episódio, além de marcar as lutas de Independência do Brasil, motivou a criação de um feriado onde se comemora a festejada Independência da Bahia. A Independência do Brasil só foi reconhecida pelos portugueses em 1825, por meio de um acordo realizado entre Brasil e Portugal, intermediado pela Inglaterra. O livro “1500 – O Brasil a partir da Foz do Rio Cahy” é lançado em 2022 na 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo em celebração aos 100 anos da 1ª Semana de Arte Moderna de São Paulo e aos 200 anos da Independência do Brasil.

A Carta de Pero Vaz de Caminha é realmente a certidão de nascimento do Brasil. A Carta do Mestre João Farás é a certidão de batistério do Brasil e a conhecida redação “Relação do Piloto Anônimo” é a certidão bibliográfica do nascimento do Brasil. Na viagem de Cabral ao Brasil foram escritas pelos menos 115 cartas oficiais pelas personalidades nobres dos navios e as embarcações também levariam para Portugal dezenas, talvez centenas, de bilhetes, enviadas pelos soldados e pelos marujos a seus familiares e cada uma teve seu autor independente, entre os cerca de 1.500 homens que estiveram na costa do descobrimento.

As cartas que os naufrágios não levaram, ficaram a cargo do grande terremoto seguido por um incêndio ocorrido em Lisboa em 1º de novembro de 1755. Essas duas catástrofes causaram a destruição de importantes arquivos e um prejuízo incalculável para cultura histórica portuguesa e para metade do mundo. Mas para sorte da história, alguns papéis escaparam e, dentre eles, a Carta de Pero Vaz de Caminha, a Carta do Mestre João e o registro conhecido como a Relação do Piloto Anônimo, que sobreviveram um outro grande desastre, porque já haviam sido salvas no incêndio de Lisboa em 1580. Já a carta do escrivão-chefe oficial da armada ou redator oficial da viagem, Gonçalo Gil Barbosa, simplesmente virou pó no segundo incêndio. Hoje, esses registros são as únicas e mais importantes fontes de análise e argumentação tanto daqueles que defendem a casualidade quanto a intencionalidade em relação à chegada dos portugueses ao Brasil.

A Foz do Rio Cahy é um paraíso perdido do litoral do extremo sul da Bahia, um berço sagrado do Brasil, desbravado somente a partir do ano de 1935 pelo casal de bandeirantes Lúcio Guedes da Silva (15/03/1914 – 28/05/2007) e Madalena Nunes Borborema (16/04/1918 – 28/11/2002), onde o mais legal até hoje é visitar o lugar que, mesmo para o turista mais afortunado, ainda não é permitido o desfrute da modernidade. No local é possível conhecer belas praias, entre elas a histórica Foz do Rio Cahy com sua Praia Nicolau Coelho, também batizada de 1ª Praia do Brasil e fazer mergulho em recifes de corais, inclusive o dos Carapebas e até mesmo caminhada ecológica pelo Parque Nacional do Descobrimento ou pelo Parque Nacional do Monte Pascoal. A região mantém características do passado, que fascinaram Pedro Álvares Cabral e continuam encantando visitantes.

Não é difícil saber o que Pedro Álvares Cabral sentiu ao retornar a Portugal, deixando a Bahia. Isso porque, a rota traçada pelas caravelas que passaram pela costa de Porto Seguro revela parte de um estado de belezas e encantos naturais descritos na carta escrita por Pero Vaz de Caminha e enviada pelo navegador português ao rei Dom Manuel relatando o descobrimento de novas terras. Mas o texto, que não deixa dúvidas quanto às paisagens deslumbrantes no entorno do imponente Monte Pascoal, ainda não dava conta de tantas maravilhas daquele litoral.

Portão de entrada da Costa das Baleias, Prado que nasceu 396 anos depois da chegada da tripulação de Pedro Álvares Cabral, ao Brasil, acabou herdando de Porto Seguro para o seu território, quase quatro séculos depois, dois marcos importantes do descobrimento do Brasil: O Recife dos Carapebas e a Foz do Rio Cahy. E atualmente se destaca com seus 84 quilômetros de praias como o município da terceira maior e melhor infraestrutura turística da Bahia, atrás apenas de Porto Seguro e Salvador.

Importante seria que todo brasileiro conhecesse o Recife de Corais dos Carapebas e a Foz do Rio Cahy com sua deslumbrante Praia Nicolau Coelho em Prado; O Monte Pascoal do Parque Nacional de Porto Seguro, o cervo de rochas do pouso seguro e a Foz do Rio da Vila em Porto Seguro; A Foz do Rio Mutari e o balneário de Coroa Vermelha em Santa Cruz Cabrália. É necessário conhecer estes locais de grande valor histórico que preenchem a certidão de nascimento do Brasil, para compreender com lucidez o percurso do efetivo de Cabral quando desembarcou em terras nossas.

E, sobretudo, conviver daqui em diante, para conseguir dominar, especialmente, distinguir a real história da nossa geografia na costa do descobrimento. E, especialmente, avistar quase no calor da eclosão como os índios e o futuro Brasil, totalmente desconhecidos deles, se habitavam naquela época, cujos locais nos dias atuais, permanecem geograficamente iguais aos relatos feitos em 1500, conhecidos nas cartas de Pero Vaz de Caminha, Mestre João Farás e Relação do Piloto Anônimo.

Com a carta de Pero Vaz de Caminha em mãos e a presença da paisagem, ainda é possível, sem dificuldade, seguir a descrição da costa e deixar a imaginação trazer de volta a indescritível emoção que este antigo texto consegue suscitar. Para materializar toda esta comprovação, ainda se tem a Carta do Mestre João, escrita pelo médico, astrólogo e físico espanhol presente na expedição cabralina João Emeneslau Farás. Desejamos que este livro muito venha contribuir no conhecimento das pessoas dentro e fora da escola, afinal “Quem não conserva sua história não constrói a sua trajetória”.