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Censo Cultural identifica 260 artistas de todos os gêneros em Teixeira de Freitas

A capital da costa do descobrimento do Brasil, Teixeira de Freitas, deu um grande passo na valorização artística e cultural do seu povo. Uma iniciativa da Secretaria Municipal de Educação e Cultura através do seu Departamento Municipal de Cultura promoveu de março de 2019 a junho de 2020 um Censo Cultural com o objetivo de mapear quem são e quantos são os agentes culturais do município, identificando-os por segmento. Com esses dados em mãos, o Departamento Cultural pretende entender quantos artistas desse universo de agentes culturais retiram sua fonte de renda de tais ofícios, além de receber os anseios da classe, principalmente em momento de pandemia, onde a cultura foi tão afetada.

O Censo Cultural fez uma radiografia ampla do que é produzido em arte e cultura. Catalogando os equipamentos, patrimônio, produção, práticas e manifestações culturais, identificando a cadeia produtiva cultural de Teixeira de Freitas. Foi criado um banco de dados para fazer o cadastro dos artistas e posteriormente será disponibilizada uma página ilustrada contendo fotos dos trabalhos dos artistas para divulgação, contendo links de acesso ao canal da Casa da Cultura no Youtube e da rede social do artista no Facebook. No público alvo estão os artistas plásticos, músicos, dançarinos, artesãos, escritores, grupos culturais e bandas que atuam no município. Um dos maiores objetivos do Censo Cultural foi promover um mapeamento amplo do que é produzido em arte e cultura, para traçar uma política cultural no município.

De acordo com Dermival Pires, diretor Municipal de Cultura de Teixeira de Freitas, o Censo Cultural possibilitou um mapeamento dos indivíduos artísticos culturais do município e também dos distritos, contemplando além das linguagens tradicionais de expressão cultural (música, arte visual, teatro, dança e literatura), os agentes de culturas populares como artesanatos, Folia de Reis, Bate Barriga, Samba de Roda e outras manifestações artísticas. “Há muitos artistas em Teixeira de Freitas, inclusive premiados e de expressão nos cenários estadual, nacional e até internacional, como os artistas plásticos Irley Silva e Gilberto Bahia, os escritores Almir Zarfeg e Athylla Borborema. Por isso, a necessidade de tomar conhecimento a respeito desses artistas, a fim de promover a estruturação do segmento, através de editais, que não só tem o objetivo de fortalecer e impulsionar tais atividades, mas também a mobilização, organização, cooperação, e comercialização de suas produções”, lembrou o diretor.

Músicos, poetas, romancistas, contistas, historiadores, compositores, intérpretes, artistas circenses, artistas gráficos, criadores de artesanato, audiovisual, fotógrafos, atores, pintores, representantes da cultura popular, gestores culturais, produtores, se fizeram presentes na contagem do Censo Cultural que está sendo tratado como um pontapé inicial para um novo momento na valorização da cultura teixeirense. O diretor de cultura Dermival Pires contou da sua felicidade em poder contribuir com este momento de empoderamento da classe artística do município. “ É muito gratificante este momento, é um momento ímpar, momento de empoderamento de todos que estão envolvidos neste processo, pois nosso entendimento é que a nossa arte vai muito além do carnaval, nossas manifestações culturais e nossa arte estão presentes em nosso cotidiano, portanto precisamos e vamos valorizar a todos vocês que alegram nosso município e que tanto merecem tal reconhecimento”, salientou.

O professor e escritor Samuel Alves Silva, membro do Departamento Municipal de Cultura que coordenou o Censo Cultural e ocupa a titularidade da Cadeira nº 32 da ATL – Academia Teixeirense de Letras, fez questão de colocar a importância deste censo na elaboração dos projetos culturais do município. “Foi de suma importância este censo em que identificamos 260 artistas locais e outros ainda que, por ventura, não foram contados, poderão fazer o seu cadastro no próprio Departamento de Cultura ou pela nossa página no site oficial da Prefeitura Municipal. Juntos podemos fazer uma manifestação cultural melhor, e quero contar com cada um de vocês para que possamos acertar juntos, sabemos que o artista da terra tem sido pouco valorizado e juntos iremos levar Teixeira de Freitas a outros lugares através da nossa arte”, salientou.

O estudo através do Censo Cultural também buscou demonstrar o impacto econômico desse setor no município de Teixeira de Freitas, para além dos benefícios humanos, artísticos e sociais. Identificando, assim, possibilidades e oportunidades no presente, como a longo prazo, a fim de orientar o Departamento Cultural na capacitação e formalização desses agentes, auxiliando na elaboração e implementação de projetos e captação de recursos, criando assim uma série de informações e indicadores que irão nortear as atividades do Departamento Municipal de Cultura.

Segundo Demerval Pires, diretor do Departamento de Cultura de Teixeira de Freitas, o Censo Cultural vai contribuir também para facilitar no recebimento do auxílio emergencial, da Lei Aldir Blanc, voltado para os artistas. A Lei foi sancionada pelo presidente da república no último dia 29 de junho de 2020 e destina R$ 3 bilhões ao auxílio emergencial aos trabalhadores da área cultural, destes, R$1,5 bilhão para os estados e R$1,5 bilhão para os municípios. Teixeira de Freitas receberá mais de R$ 1 milhão.

“O nosso Censo contribuirá para a identificação das pessoas que têm direito ao auxílio e agilizará os cadastros destas pessoas que vão receber o recurso que virá direto para a conta do Fundo Municipal de Cultura. Vale ressaltar que a análise do perfil das pessoas cadastradas será feita por uma comissão composta por técnicos do Departamento Municipal de Cultura e membros do Conselho Municipal de Cultura”, explicou Pires.

O professor de balé da Casa de Cultura de Teixeira de Freitas, Ângelo Oliveira, explica que a sanção da Lei chegou como uma bênção para os artistas afetados pela pandemia. “Muitos artistas não conseguiram o auxílio emergencial federal e muitas instituições artísticas tiveram que fechar as portas por conta da falta de condições de pagar as contas. E é de grande importância que todos os artistas de várias linguagens, façam o cadastramento para poder receber o auxílio cultural”, disse o professor.

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