Alunos indígenas participam do projeto de valorização territorial em Coroa Vermelha

Os alunos do Colégio Estadual Indígena Coroa Vermelha, localizado na aldeia do balneário de Coroa Vermelha, no litoral sul do município de Santa Cruz Cabrália, estão participando do projeto pedagógico on-line “Maio indígena”, que aborda sobre territórios indígenas a partir de temas como sustentabilidade, demarcação e atitudes de bem-viver.
Tendo em vista as medidas de prevenção ao novo Coronavírus (COVID-19), as atividades relacionadas ao projeto são desenvolvidas pelos estudantes por meio do WhatsApp e outras plataformas on-line, além de materiais impressos para os que não possuem acesso à internet.
As atividades, que vêm sendo desenvolvidas desde o dia 11 de maio e finalizam no dia 6 de junho de 2020, são trabalhadas por áreas de conhecimento, nas quais também tratam de assuntos como saúde indígena, arte e literatura de resistência indígena. Como produto final, os estudantes têm produzido vídeos, poemas, poesias, lives, memorial e criação de músicas.
A professora Verônica Silva Santos, vice-diretora da Escola disse que a iniciativa é de grande importância para a educação cultural indígena. “O projeto pedagógico ‘Maio Indígena’ tem proposto a discussão de temas relacionados ao contexto atual em que estão inseridos os povos indígenas no Brasil, trazendo reflexões sobre a situação específica do povo Pataxó. Os resultados das atividades partem do diálogo com o professor orientador, tendo como princípio a liberdade de expressão do estudante”, ressaltou.
A aluna aborígene Alessandra Cristina Ferreira da Silva, de 19 anos e cursando o 3º ano do ensino médio, destaca que a experiência tem sido surpreendente. “As atividades on-line têm nos ajudado muito e são algo muito inovador, por serem realizadas à distância. Na primeira semana, abordamos o tema sobre Território e Identidade. Nesta semana, estamos abordando sobre contos Pataxós e nós iremos contar histórias dos nossos antepassados, que são de grande relevância para nós, povos indígenas”, pontuou a estudante.
Já o aluno Diogo Conceição, de 17 anos e também do 3º ano do ensino médio, o projeto tem sido satisfatório. “O Maio Indígena é importante para podermos olhar as nossas raízes e, através delas, inclusive, pude conhecer a realidade vivida pela minha família e os valores dos espaços onde hoje vivo. As atividades dos projetos me fizeram abrir os olhos para a minha própria história como índio Pataxó. Está sendo muito bom participar desse projeto, pois estou aprendendo muito sobre a nossa cultura aborígene”, enalteceu.